segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Interrogação



Sonhar acordada
Importar-me com mais nada
Lembrar de um sorriso
De uma intenção
Um aperto de mão
Teu rosto
Meu rosto
Um dia qualquer
Inocência,
Tempo distante
Amores inventados
Reinventados
Lacuna
Espaço
Um ponto, outro ponto
No meio do nada
Interrogação

Veridiana Mota (*BP) 15/11/2015

Astro



Um labirinto de inquietações
Rostos que se escondem
Verdades que se confundem
Sentimentos que se atormentam
Uma verdadeira euforia
Teu universo não me pertence
Estou em órbita
Sigo teus passos
Rastreio teus sentimentos
Tão longe e tão perto
E se essa corda arrebentasse
E se esse elo rompesse
O que seria de nós?
Talvez os mesmos?
Em volta dos mesmos astros?
Apenas o sol continua a brilhar
E nesses fachos de luz
Vejo sempre teus olhos
Brilhantes como estrelas

Veridiana Mota (*BP) 18/01/2016

Cicatrizes



Olhos marejados
Vencidos pelo cansaço
Pela vida sofrida
Dentre tantas lutas
Sobreviver é a mais árdua
Corrida diária
Cicatrizes na alma
Um dia que fala e que chora por si só
Fios que guardam memórias
Brancos que não deixam esquecer
Que tudo passa
Tudo finda
Até o que é infinito tem seu fim
Corpo cansado
Maltratado
Sorriso largo nos lábios
Por ter vivido tantos amores e dissabores
Feliz por ter tantas histórias para contar
Feliz por respirar
Feliz  por ainda estar aqui

Veridiana Mota (*BP) 11/11/2015
 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016



Tempo que voa
Não passa tão depressa
Dá um tempinho
Volta de mansinho
Dá uma olhada pela janela
Do passado
Só seu retrato 3 x 4
Um jeans surrado
Camiseta velha
Cheiro de tinta de caneta gasta
Papeis amassados, rasgados
Linhas tortas
Futuro incerto
Tempo passa lentamente
Ainda que brevemente
Deixa-me olhar da janela outra vez

Veridiana Mota (*BP) 11/01/2016