sexta-feira, 12 de abril de 2013

O mundo cai sobre minha cabeça, não tenho intenções de me aproximar de tantas catástrofes e sair ilesa, como se minha alma fosse intacta. Não consigo olhar ao redor e fingir que a iniquidade não me atinge. Sim, me atinge igual a um raio impiedoso. Sinto-me esmagada toda vez que me obrigo a tal situação. E ainda assim, não posso deixar de observar o descaso desumano ao meu redor. Fecho os olhos e me sinto um estranho no mundo, talvez realmente nem faça mais parte dele. Talvez nem esteja aqui realmente, acompanhando tão de perto tanta destruição. A mente não entende, mas o corpo sente, e os pensamentos se voltam contra coração. 
O que fazer? O que sentir? Como reagir? 
Talvez fugir, me desligar, sair de cena, mascarar a realidade a ponto de acreditar que nada disso fosse verdade e que tudo isso não passasse de uma grande ficção. Enquanto isso, corro, me escondo embaixo da estante, e fico observando em que momento eu posso pular desse trem e andar livremente, com a consciência tranquila de uma criança de cinco anos de idade com todo o futuro pela frente, sem restrições.

Veridiana Mota
12/04/2013 14:00

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